Suplementação de creatina: o que a ciência diz sobre seus efeitos

Creatina; Energia muscular; Fosfocreatina; ATP (adenosina trifosfato); Suplementação nutricional

SUPLEMENTO

8/7/202311 min read

Afinal, o que é a creatina?

A creatina é um composto orgânico naturalmente produzido no corpo a partir dos aminoácidos arginina, glicina e metionina. Ela desempenha um papel fundamental no fornecimento de energia rápida para os músculos durante atividades de alta intensidade e curta duração. A creatina é armazenada nos músculos esqueléticos na forma de fosfocreatina e é utilizada para regenerar o ATP (adenosina trifosfato), que é a principal fonte de energia celular.

Além da sua função energética, a creatina também está envolvida na regulação do metabolismo energético e na síntese de proteínas musculares. Ela é encontrada em pequenas quantidades em alimentos de origem animal, como carne vermelha, peixe e aves, sendo que a maior parte da creatina presente no corpo humano é produzida internamente.

Devido à sua capacidade de fornecer energia rápida aos músculos, a creatina tem sido amplamente utilizada como suplemento nutricional por atletas e praticantes de atividades físicas intensas. A suplementação de creatina pode levar a um aumento da força e potência muscular, melhora do desempenho em exercícios de alta intensidade, aumento da massa muscular e aceleração da recuperação pós-exercício. Além disso, estudos sugerem que a creatina também pode ter benefícios cognitivos, como melhora da memória e concentração em algumas populações.

Quais funções a Creatina exerce no corpo?

É importante levarmos em consideração que a creatina trabalha de forma complexa em nosso organismo, fazendo assim com que possamos ter uma qualidade de vida melhor quanto a nossa vitalidade. Aqui está suas funções:

  1. Fornecimento de energia muscular: A creatina é armazenada nos músculos esqueléticos na forma de fosfocreatina. Durante exercícios de alta intensidade e curta duração, como levantamento de peso ou sprints, o ATP (adenosina trifosfato), que é a principal fonte de energia celular, é rapidamente consumido. A fosfocreatina entra em ação nesse momento, doando um grupo fosfato para regenerar o ATP. Essa regeneração rápida do ATP permite a continuidade do fornecimento de energia aos músculos, ajudando a sustentar a intensidade do exercício.

  2. Regulação do metabolismo energético: Além de fornecer energia imediata aos músculos, a creatina também está envolvida na regulação do metabolismo energético em nível celular. Ela desempenha um papel importante na produção de energia nas células, auxiliando na produção de ATP e no equilíbrio entre os sistemas energéticos anaeróbico (sem oxigênio) e aeróbico (com oxigênio).

  3. Síntese de proteínas musculares: A creatina está envolvida na síntese de proteínas musculares, desempenhando um papel na construção e reparação dos tecidos musculares. Aumentar a disponibilidade de creatina nos músculos pode facilitar a síntese de proteínas, ajudando na recuperação muscular após o exercício e contribuindo para o crescimento e manutenção da massa muscular.

  4. Função cognitiva: Estudos sugerem que a creatina também pode ter efeitos benéficos na função cognitiva. Acredita-se que a creatina desempenhe um papel na saúde e função do cérebro, fornecendo energia para as células cerebrais e aumentando a disponibilidade de neurotransmissores envolvidos na memória e cognição. No entanto, mais pesquisas são necessárias para compreender completamente essa relação.

  5. Antioxidante: A creatina também possui propriedades antioxidantes, ajudando a neutralizar os radicais livres e proteger as células contra danos oxidativos. Isso pode ter benefícios para a saúde geral, especialmente na redução do estresse oxidativo e inflamação associados ao envelhecimento e a certas condições de saúde.

O que ganho com a suplementação de creatina?

A suplementação de creatina tem se mostrado benéfica tanto para pessoas que praticam atividade física regularmente quanto para aquelas que não são tão ativas. Vamos explorar alguns dos benefícios da suplementação de creatina para ambos os grupos:

Para quem pratica atividade física:

  1. Melhora do desempenho esportivo: A creatina é conhecida por aumentar a capacidade de produção de energia nos músculos, o que pode levar a melhorias significativas no desempenho esportivo, especialmente em exercícios de alta intensidade e curta duração. Ela auxilia na regeneração rápida do ATP, fornecendo energia adicional para os músculos, resultando em maior força, potência e resistência durante os treinos.

  2. Aumento da massa muscular: A suplementação de creatina tem sido associada ao aumento da massa muscular e ao ganho de peso, principalmente em combinação com treinamento de força. A creatina ajuda a melhorar a síntese de proteínas musculares, favorecendo a recuperação muscular e promovendo o crescimento muscular. Isso pode ser especialmente benéfico para atletas que desejam melhorar sua composição corporal e aumentar a massa magra.

  3. Recuperação muscular acelerada: A creatina desempenha um papel importante na recuperação muscular pós-exercício. Ela ajuda a reduzir a inflamação e o dano oxidativo nos músculos, facilitando a recuperação e minimizando a dor muscular após os treinos intensos. Isso permite uma maior frequência de treinamento e uma melhor adaptação aos estímulos de exercício.

  4. Aumento da capacidade de treinamento: Com a suplementação de creatina, muitos atletas relatam uma melhora na capacidade de treinamento, podendo realizar mais repetições ou levantar cargas mais pesadas durante as sessões de exercícios. Isso pode levar a um maior estímulo para os músculos e, consequentemente, a ganhos de força e resistência mais expressivos ao longo do tempo.

Para quem não pratica atividade física regularmente:

  1. Preservação da massa muscular: A suplementação de creatina pode ser benéfica para pessoas mais sedentárias ou idosas, pois ajuda a preservar a massa muscular e minimizar a perda muscular relacionada à idade ou ao estilo de vida sedentário. Isso é especialmente importante para prevenir a sarcopenia, a perda de massa muscular que ocorre com o envelhecimento.

  2. Saúde cerebral: Além dos benefícios para os músculos, a creatina também tem sido associada a melhorias na função cerebral. Estudos sugerem que a suplementação de creatina pode melhorar a memória, o foco, a velocidade de processamento de informações e outros aspectos cognitivos. Isso pode ser benéfico para pessoas de todas as idades, promovendo uma melhor saúde cerebral e função cognitiva.

  3. Antioxidante e proteção celular: A creatina possui propriedades antioxidantes, o que significa que ela pode ajudar a proteger as células contra danos oxidativos causados pelos radicais livres. Isso pode ter benefícios para a saúde em geral, auxiliando na prevenção de doenças crônicas relacionadas ao estresse oxidativo, como doenças cardíacas, câncer e envelhecimento precoce.

  4. Melhora da função metabólica: A creatina desempenha um papel na regulação do metabolismo energético, ajudando a fornecer energia rápida para as células. Isso pode ter efeitos positivos no metabolismo geral do corpo, auxiliando na queima de gordura e no controle do peso corporal. Além disso, a suplementação de creatina tem sido associada a melhorias na sensibilidade à insulina, o que é benéfico para o controle do açúcar no sangue e a prevenção do diabetes tipo 2.

  5. Aumento da energia e redução da fadiga: A creatina está envolvida na produção de ATP, a principal fonte de energia do corpo. Ao suplementar com creatina, pode-se aumentar os níveis de ATP disponíveis, resultando em um aumento geral de energia e redução da fadiga. Isso pode ser benéfico tanto para atletas durante os treinos quanto para pessoas com estilos de vida agitados ou que se sintam constantemente cansadas.

É importante ressaltar que a suplementação de creatina pode não ser adequada para todos e que é sempre recomendado buscar orientação profissional antes de iniciar qualquer suplementação. Algumas pessoas podem apresentar efeitos colaterais leves, como retenção de líquidos ou desconforto gastrointestinal, embora esses efeitos sejam geralmente transitórios e desapareçam com a interrupção da suplementação.

No entanto, para muitos indivíduos, a suplementação de creatina pode ser uma estratégia segura e eficaz para melhorar o desempenho físico, promover a saúde muscular, cerebral e metabólica, além de oferecer benefícios antioxidantes e de proteção celular. Consulte um profissional de saúde, como um médico ou nutricionista, para avaliar suas necessidades individuais e determinar se a suplementação de creatina é adequada para você.

Quantas gramas eu posso consumir?

A dosagem segura e adequada de creatina pode variar dependendo de diversos fatores, como o objetivo da suplementação, o peso corporal, a idade e o sexo. No entanto, existem diretrizes gerais que podem ser seguidas para a maioria das pessoas.

Para a fase de carga, que é um período inicial de saturação dos músculos com creatina, recomenda-se uma dose diária de 20 a 25 gramas, dividida em 4 a 5 doses de 5 gramas ao longo do dia, durante aproximadamente uma semana. Após a fase de carga, a dosagem de manutenção é geralmente de 3 a 5 gramas por dia, tomadas em uma única dose.

No entanto, algumas pesquisas sugerem que uma dose de manutenção de 2 a 3 gramas por dia pode ser suficiente para a maioria das pessoas, sem a necessidade da fase de carga. Isso pode ser especialmente válido para indivíduos mais sensíveis à retenção de líquidos.

Quanto ao sexo, não há diferenças significativas nas recomendações de dosagem entre homens e mulheres. Ambos podem seguir as diretrizes mencionadas acima. No entanto, é importante lembrar que as necessidades individuais podem variar e é sempre recomendado buscar orientação profissional para determinar a dosagem mais adequada.

Em relação à idade, a suplementação de creatina é considerada segura para adultos saudáveis. Para adolescentes e jovens, é recomendado buscar orientação médica antes de iniciar a suplementação, pois ainda existem algumas incertezas sobre os efeitos a longo prazo em indivíduos em fase de desenvolvimento.

Para idosos, a suplementação de creatina pode ser benéfica para a preservação da massa muscular e para melhorar a função física. No entanto, é importante ajustar a dosagem de acordo com a idade e condição de saúde individual, levando em consideração possíveis interações com medicamentos ou condições médicas existentes.

A creatina tem algum efeito colateral?

A suplementação de creatina é geralmente considerada segura quando utilizada de acordo com as recomendações e em doses adequadas. No entanto, algumas pessoas podem apresentar efeitos colaterais leves e transitórios. É importante ressaltar que os efeitos colaterais podem variar de pessoa para pessoa e nem todos os indivíduos experimentarão os mesmos efeitos. Alguns dos efeitos colaterais mais comuns associados à suplementação de creatina incluem:

  1. Retenção de líquidos: A creatina pode aumentar a retenção de água nas células musculares, resultando em um leve aumento de peso. Isso é geralmente temporário e reversível após interromper a suplementação.

  2. Desconforto gastrointestinal: Em algumas pessoas, a creatina pode causar desconforto gastrointestinal, como dores de estômago, inchaço e diarreia. Esses sintomas costumam ser leves e desaparecem com a redução da dose ou interrupção da suplementação.

  3. Cãibras musculares: Embora seja um efeito colateral menos comum, algumas pessoas relatam cãibras musculares ao utilizar creatina. Isso pode estar relacionado à desidratação ou a alterações nos níveis de eletrólitos. É importante manter-se bem hidratado ao utilizar a creatina.

  4. Aumento da frequência cardíaca: Em alguns casos, a suplementação de creatina pode levar a um aumento leve da frequência cardíaca. Isso geralmente não é motivo de preocupação em indivíduos saudáveis, mas se você tiver algum problema cardíaco pré-existente, é recomendado consultar um médico antes de usar a creatina.

É importante destacar que a maioria dos efeitos colaterais da creatina é leve e desaparece com a interrupção da suplementação. No entanto, é sempre recomendado buscar orientação médica antes de iniciar qualquer suplemento, especialmente se você tiver condições médicas pré-existentes, estiver tomando outros medicamentos ou se estiver grávida ou amamentando.

Além disso, é fundamental adquirir suplementos de creatina de fontes confiáveis e seguir as instruções de uso fornecidas pelo fabricante. O acompanhamento de um profissional de saúde, como um médico ou nutricionista, pode ajudar a garantir o uso seguro e adequado da creatina, levando em consideração suas necessidades individuais.

Pedra nos rins? Quais os sintomas de hiperdosagem de creatina?

A hiperdosagem de creatina ocorre quando se consome uma quantidade excessiva da substância, muito além das doses recomendadas. Embora a creatina seja geralmente segura quando utilizada adequadamente, uma hiperdosagem pode levar a alguns sintomas indesejados. No entanto, é importante ressaltar que a hiperdosagem de creatina é relativamente rara, uma vez que a maioria das pessoas segue as recomendações de dosagem, mas por muito se compararem com influenciadores do mundo do fisiculturismo algumas pessoas podem acabar exagerando nas dosagens e prejudicando a qualidade de vida.

Os sintomas de hiperdosagem de creatina podem incluir:

  1. Desconforto gastrointestinal: A hiperdosagem de creatina pode causar desconforto gastrointestinal mais pronunciado do que os efeitos colaterais comuns. Isso pode incluir dor de estômago, náuseas, vômitos e diarreia.

  2. Desidratação: A creatina pode aumentar a retenção de água intramuscular, o que pode levar à desidratação se a ingestão de água não for adequada. A falta de hidratação adequada pode resultar em sede excessiva, boca seca, tonturas e diminuição da produção de urina.

  3. Sobrecarga renal: Embora estudos sugiram que a suplementação de creatina em doses adequadas não cause danos renais em indivíduos saudáveis, uma hiperdosagem prolongada e excessiva pode exercer uma carga adicional sobre os rins. Isso pode ser um problema especialmente para pessoas com problemas renais pré-existentes.

  4. Aumento da pressão arterial: Em alguns casos, a hiperdosagem de creatina pode estar associada a um aumento da pressão arterial. Isso pode ser preocupante para pessoas com hipertensão arterial ou condições cardíacas pré-existentes.

É importante lembrar que a hiperdosagem de creatina é evitável se a substância for consumida de acordo com as recomendações e em doses seguras. Seguir as instruções de dosagem fornecidas pelo fabricante e buscar orientação profissional podem ajudar a evitar quaisquer problemas associados à hiperdosagem.

Se você suspeitar de uma hiperdosagem de creatina ou estiver enfrentando sintomas preocupantes, é recomendado entrar em contato com um médico ou buscar atendimento médico imediatamente.

Não é tudo creatina? Quais os tipos de creatina existem?

Existem diferentes tipos de creatina disponíveis no mercado, cada uma com suas características específicas. Os principais tipos de creatina são:

  1. Monohidrato de Creatina: É a forma mais comum e amplamente utilizada de creatina. O monohidrato de creatina é altamente pesquisado e possui uma sólida base científica que comprova sua eficácia. É composto por creatina combinada com uma molécula de água. Acredita-se que o monohidrato de creatina seja eficiente na melhora do desempenho físico, aumento da força e potência muscular.

  2. Creatina HCl (Cloridrato de Creatina): O cloridrato de creatina é uma forma de creatina em que a molécula é combinada com ácido clorídrico. Essa forma de creatina tem como objetivo melhorar a solubilidade e a absorção do composto pelo organismo. Acredita-se que o cloridrato de creatina possa ter benefícios semelhantes ao monohidrato de creatina, mas com a vantagem de requerer uma dose menor devido à maior biodisponibilidade.

  3. Creatina Alcalina: A creatina alcalina é uma forma de creatina que foi modificada para aumentar a sua estabilidade no ambiente ácido do estômago. Essa forma de creatina alega ter uma maior absorção e menor retenção de água intramuscular, o que pode reduzir o inchaço associado à suplementação de creatina. No entanto, a eficácia da creatina alcalina em comparação com outras formas de creatina não foi totalmente estabelecida por evidências científicas robustas.

  4. Creatina Etil Ester: A creatina etil ester é uma forma de creatina que foi esterificada com ácido etil para melhorar a sua absorção. Acredita-se que a creatina etil ester seja mais facilmente absorvida pelas células musculares e tenha uma maior biodisponibilidade em comparação com o monohidrato de creatina. No entanto, estudos mostraram que a creatina etil ester pode ser instável em ambientes ácidos, o que pode limitar sua eficácia.

Além dessas formas de creatina, existem também combinações de creatina com outros ingredientes, como creatina com carboidratos, creatina com aminoácidos ou creatina com substâncias estimulantes. Essas combinações têm como objetivo potencializar os efeitos da creatina ou fornecer outros benefícios específicos.

É importante ressaltar que, embora existam diferentes tipos de creatina disponíveis, o monohidrato de creatina é a forma mais estudada e amplamente utilizada, comprovada por sua eficácia na melhora do desempenho físico. Antes de optar por qualquer forma de creatina, é recomendado consultar um profissional de saúde, como um nutricionista ou médico, para obter orientações adequadas e personalizadas.

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